Formada por dois volumes transversais bem definidos, a casa Composta ocupa o terreno em desnível de forma estratégica. A dialética entre “ver” e “ser visto” estabelecida entre a área social e intima potencializa a integração com o jardim. Nesse jardim, projetamos uma topografia operativa descendente, que remete a uma arquibancada como espaço de permanência externo, onde o limite entre dentro e fora é enfraquecido. Qualificamos o externo como espaço de permanência, não apenas como um espaço a ser contemplado. O túnel de conexão entre os volumes é formado por pórticos sucessivos, que qualificam o espaço intermediário entre eles e funciona como um “gap”, um respiro, uma pausa. A experiência de transitar por esse espaço diariamente faz com que, fisicamente e simbolicamente, as funções complementares de descansar e conviver fiquem afastadas, pedido principal do cliente. A formalidade das coberturas resgata a tradição das construções da região e dá um novo significado ao telhado de duas águas. Nesse mesmo raciocínio, os materiais utilizados como o tijolo e madeira reforçam a ideia de um projeto contemporâneo que revisita tradições e está conectado com o seu contexto.
